sábado, 28 de maio de 2011

Pela preservação, (desap)ego, um pequeno (des)amor.

sábado, 21 de maio de 2011

A felicidade é um bichinho muito curioso. Tem gente que busca, tem gente que a gente vê que não sabe cuidar, que maltrata, que não dá valor, esquece de trocar a água. E tem até gente que tem. E sabe disso. Felicidade existe. Felicidade é simples (não que simples aqui seja sinônimo de fácil ou superficial). Não é bicho-papão, não é nenhum monstrinho escondido embaixo da cama. Tudo isso pra dizer que ninguém precisa ter medo da felicidade, ok? Porque de vez em quando toda essa definição de "buscar a felicidade" me soa como conversa de quem está apavorado e não se dá conta. Medo de ser feliz não é coisa de gente doida (embora pareça). Existe, existe tanto quanto a própria felicidade. No final das contas, é um gigantesco desperdício de energia sair à caça da dita-cuja (dizem que é um animal bastante exótico) só para descobrir que qualquer chance de ser feliz parte de dentro. Ou não, pode ser que não seja um desperdício. Desde que se descubra.

domingo, 15 de maio de 2011

Uma vez perguntei por que nos sentíamos espectador e espetáculo ao mesmo tempo. Hoje aceito o que antes via como incoerente. Naquela mesma vez, me convidei para juntar-se a mim "na última dança flamejante, aquela cuja espera foi tão curta". Lembra? O que pedia e peço não é o impossível, somente o realizável. Sem tantos sacrifícios. E embora "realizável" soe bastante leve, sei que "somente" não é capaz de reduzir o peso. "Somente", aqui, não abrevia. Não que eu queira ser abreviado. Não que eu queira fugir de qualquer um dos meus eus. E em momento nenhum os sentirei como fragmentos. Todos partem da mesma essência. Isso tudo me leva a pensar que talvez, realmente, o mais saudável seja desistir. Não existe maneira alguma de se esquivar das dores. Elas não são parasitas. Elas não são lançadas em nossa direção por maus intencionados. Nós mesmos as geramos, espontaneamente. São nossas criações, nossos filhos e mentores. Aprendemos com elas. A criatividade sempre sacudirá gavetas que desejei nunca mais abrir. A imaginação dói. Porque, de novo na recordação do "uma vez...", eu nunca me esqueceria de ter afirmado que "o pior dos males é aquele que inventamos". Não que a solução seja parar de inventar. Não adianta nem tentar controlar. Em vez de implorar por uma cura, até mesmo em vez de pedir ou querer, eu simplesmente fecho os olhos com confiança e deixo todas as partes onde já estão, unidas, mesmo que na maior fração de tempo essa não seja a impressão. Não posso esperar por mais. Apenas que permaneçam.


sábado, 14 de maio de 2011

Tem gente que diz que razão e emoção se contradizem, mas o mais irracional é não sentir.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Sabe quando você decide atravessar algo? Você dá o primeiro passo para subir na ponte. Você caminha, caminha, caminha, e caminhando você acredita estar, a cada vitória, um passo mais próximo do outro lado. Você não olha para baixo. Espiar não vale. Além do que, você sofre de vertigem, se esqueceu? Então você segue adiante. Os minutos se tornam uma eternidade e os anos voam em um piscar de olhos. Mais ou menos por aqui você se faz a pergunta.

"Não teria sido mais fácil ignorar o medo de altura e usar minhas asas?"

Mas isto não tem mais importância. É tarde demais, a hora já passou, e agora que você aprendeu a andar com tanta excelência, não jogaria os esforços fora. Então você segue adiante, de novo. Só que, depois de tantos mil passos, você é vencido pela curiosidade e resolve ir até a beiradinha da ponte. Lá embaixo, além da névoa e das línguas-de-fogo, não houve mudança alguma. É quase como se você nem tivesse viajado por todos estes anos. Então você recobra o fôlego, logo em seguida cedendo à insensatez de uma gargalhada repentina.

Você percebeu a ironia.

Depois de dar meia volta, resolve refazer todos os passos. Desta vez para retornar a si. A ponte não ia a lugar algum. Ela somente ia, sem fim, poderia ter ido para sempre. Então, enquanto retorna, todas as sombras das vitórias passadas ainda te separando do começo, você determina o futuro: nunca mais ser desertor de si mesmo.
Ninguém é escapista da própria mente.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Quem acredita em fins é forçado a acreditar em começos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Poderia dizer que somos barcos. Poderia até dizer que somos linhas. A metáfora não importa mais. Nós peregrinamos. Aprendemos por nós e através dos outros. Por vezes reconhecemos em pares aquilo que nem sequer havíamos descoberto em nós mesmos. Cada qual com seu caminho, cada qual com sua jornada. Os outros, os pares, amigos e amantes, às vezes são levados embora pelas suas buscas, seu orgulho, pela implacável correnteza de acontecimentos. Não existem motivos. Não existem finalidades, nada culmina a nada. A correnteza não espera, ela não conhece a paciência e nem a compaixão, assim como não simpatiza com a solidão ou o rancor. A correnteza simplesmente é. Ela traz e leva. Por mais que eu já soubesse, por mais que eu admitisse, eu relutava em aceitar. Mas agora aceito. Para reencontrar é preciso deixar partir.