sábado, 15 de janeiro de 2011

Choveu, e ainda chove.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Tenho pensado sobre sementes. Elas são e não são. Poderiam, mas às vezes se negam a germinar. Em momentos geniosos, às vezes somos nós que forçamos seu desenvolvimento, obstinados a, mesmo sem saber, criar algo que nos fará mal ou que de nada nos pertence. Elas têm mais a ver com ideias, ideais e sonhos do que qualquer outra coisa. Das coisas que não são, os seres humanos são as que tendem a elaborar uma certeza vital de que a própria existência surgiu anexada a um propósito. Nem reles nem extraordinária, ainda que possa se encaixar em ambos. Curiosamente, mais uma vez tudo depende da percepção. Não mais tão surpreendente mas definitivamente ainda mais curioso é que, ao menos a mim, essa tal existência se construiu com tamanha complexidade que por vezes me sinto a criaturinha mais insignificante e sou tomado pela convicção de que tudo isso não vale nada, e, em contrapartida, por vezes assimilo os fatos com a tão desejada simplicidade. Cada segundo à sua maneira humilde. Dia por dia. O presente eterno, um breve adeus às náuseas da hostilidade, efemeridade. Por somente um instante, um instante apenas, paro para refletir sobre a improbabilidade de o meu existir. Sorte? Acaso? Uma absurda torrente de coincidências que me trouxe até aqui, isso sim! (Que te trouxe até aqui também, não se esqueça.) E a realidade continua a ser moldada pela nossa imaginação. Eu crio a minha, você cria a sua, assim por diante, até que juntos todos nós criamos e disso se inventa o resto. Eu crio a mim, você cria a você. Agora, se vierem me perguntar dos outros... Se ninguém pensou nisso até agora... pode ser que eles não façam parte das coisas que não são. Pode ser que eles sejam.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Só há pouco tempo descobri que ao invés de insistir em esquecê-las, evitá-las, ignorá-las, deixá-las se apagarem como um déjà vu de uma faísca mal incendiada, abortada e desbotada, devemos realçar as recordações, revivê-las e até mesmo reimaginá-las em uma grande moldura de cristal em que tudo o que se vê além do véu translúcido não passa de um reino de casualidades: um todo líquido em que passado, presente e futuro se reencontram.