quarta-feira, 30 de novembro de 2011

– O que você vai fazer agora?
– Eu serei a mudança.
E então ela foi a mudança.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Se, por ventura, eu não atravessar a noite, saiba que tentei. Apesar de, conquistei; vislumbro as faces da terra desconhecida. A febre me consome e é demasiado desgastante lutar contra a maré que me devora de hora em hora, e a cada vez que desce leva um pouco de mim com ela. A esta altura, o mais sensato é reconhecer a febre e a maré, aceitá-las, assumi-las, tornar-me enfim. Pois a história que me cerca é cheia de parábolas, mas não é, por si, uma parábola. Desconheço verdades, vi seus marujos mais experientes se perderem nas promessas de sereias e suas coxas efêmeras, orgias instantâneas e tóxicas, e lamento dizer que me incluo entre eles. Capitão, não siga meus passos. Capitão, aprenda conosco. O destemor não nos trouxe nem pedras nem metais preciosos nem tesouros esquecidos nem vida eterna. Seja mais valente. Seja, então, mais. Pois ser menos jamais trará a terra desconhecida à luz da lucidez. Seja, Capitão, tudo aquilo que eu não consegui ser. A febre me consome e é demasiado desgastante lutar contra a maré que me devora de hora em hora. Cedo cedo. Mas te aguardo, junto aos outros, nos seios da terra desconhecida.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pele intangível. Me desenreda,
vai fundo, vence o mundo,
a quimera invencível.
Nó de linhas nuas,
a aranha que nos emaranha;
rima suja.
Uiva e ruja, a lua é
somente tua.
Me desenreda, vem fundo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Cura.