sábado, 14 de abril de 2012

Francisco confrontou o astro (...) sem temor de queimar as retinas (...); como se não quisesse bem aos olhos, como se eles não lhe fizessem mais diferença alguma - quase indesejados -, feito alguém que carrega o peso de ter-se tornado cego, e agora não almeja curar-se da cegueira, mas sim libertar-se da obrigação de vê-la todos os dias.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Num retrato sem moldura, deita-se a musa. Seus cachos leitosos se desmancham devagar. Não se importam comigo o tempo, nem o cotidiano terreno. Somente ela se faz presente, o presente se faz somente nela, etérea, ignorante da própria beleza e existência, a desafiar a verticalidade, como mel desmantelando-se ao prazer dos ventos. Quem esvaece de verdade, no entanto, sou eu, tolo o suficiente para me apaixonar por uma nuvem.