domingo, 26 de fevereiro de 2012

Labirinto.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Palavras embaladas a vácuo são insuficientes, derrama-se a voz por nada. Ao usá-la corretamente, o locutor escuta com nitidez a diferença que ninguém enxergaria mesmo de olhos esbugalhados - é importante esclarecer que ouvidos são tão insuficientes quanto as tais palavras, pois a audição de que falo não se importa com eles. Há aqueles que fazem uso de sua voz para recordar, alcançar, tocar, contar histórias, há inclusive aqueles que ignoram a própria voz e, por óbvia consequência, são ignorados por ela. A despeito dos que declaram derramar a voz em nome dos sonhos - o que, honestamente, poderia facilmente se encontrar em recordar e/ou alcançar -, voz e sonho são semelhantes. Sendo a voz retrato fiel mas distorcido daquilo que cada um de nós, em sua intimidade, chama de realidade, ambas se traduzem por sonho. Este não deve ser concebido como um cárcere, devemos nos propor a "atravessá-lo para encontrar a verdade além do sonho". Quanto à minha verdade, talvez contar histórias seja, afinal de contas, tanto pergunta como resposta.