quarta-feira, 30 de junho de 2010


É como a existência de um universo na própria essência. O infinito desconhecido que se propaga pelas minhas artérias, chegando às pontas dos dedos e tingindo palidamente a pele. Meu coração bombeia centelhas que ardem, extravasam, incendeiam.

Talvez não seja sobre faíscas ou descobertas. Talvez seja sobre reconhecimento. E mais do que isso, talvez esta viscosidade do ser revele-se apenas o prelúdio do nevoeiro de nanquim que estamos destinados a nos tornar.

Parece-me que quando o mundo se clareia, certa escuridão se alastra no interior. As trevas são intrínsecas à existência do ser racional. Por mais que desejemos esvaziar-nos desta noite, não adianta fazer fogueiras à toa. O fogo pode te inundar; e certas queimaduras não possuem cura.

O pior dos males é aquele que inventamos.

2 comentários:

  1. Pois não se é tudo uma invenção? Tenho medo é do que é real, do imutável, inalterável, do estático. Medo do que está além de mim, além do que posso, das coisas que não me são, do inconcebível...
    Não é a realidade a mais perfeita obra da nossa imaginação?

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  2. Que belas imagens! E nada está determinado, nada está definido. Há sempre muito do que se surpreender.

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